É uma característica de
personalidade daqueles que têm “pulso fraco”, ou seja, vontade fraca.
Para o pusilânime a recompensa
decorrida de um determinado esforço não paga o estresse que será vivido para
consegui-la, por exemplo:
Todos somos movidos por
recompensas e punições e o que é recompensa para alguns, não o é para outros, e
o que é punição para uns, não o é para outros.
Assim, para quem gosta de jiló,
ganhar uma caixa cheinha desse fruto é algo sensacional, recompensador, porém,
para quem detesta jiló, isso não será nada recompensador, pelo contrário, comer
jiló será uma punição, um tormento, um inferno, algo desprezível.
Isso acontece em todas as áreas,
para quem adora sexo, sexo é uma recompensa, um reforço positivo, mas para quem
detesta sexo, isso será uma punição, um reforço negativo, um problema a mais
para ser resolvido no dia a dia. Assim, uma bela transa heterossexual só é
desejável e prazerosa para os heterossexuais, já para os homossexuais é desprezível
e nada agradável e vice-versa. Se obrigarmos uma mulher heterossexual a transar
com outra mulher, isso não lhe será prazer, mas tormento.
O mesmo ocorre com a bebida, pois
aqueles que gostam de beber sentem-se recompensados quando têm oportunidade de beber,
já para os que não ingerem álcool, ganhar uma caixa de cerveja não será
recompensador, mas desprezível.
Aqueles que gostam de churrasco e
convívio social sentem-se recompensados com esses encontros, mas para os
misantropos, aqueles que detestam convívios sociais, reuniões familiares e
bebidas, isso é um tormento infernal indescritível que causa dores emocionais
infernais.
Uma personalidade misantropa e pusilânime
jamais conviverá com festinhas e ou reuniões sociais, pois correrá um sério risco
de adoecer e entrar em profunda depressão ou pânico.
Observe que quando estamos
famintos, um enorme prato de comida suculenta é desejável e aceito, mas
experimente saciar-se, comer até um pouco mais que o necessário e depois
contemplar um suculento prato de comida e observe qual é a sua reação. Todo ser
humano empanturrado de comida desprezará um delicioso prato de comida, pois
haverá saciedade e por isso não teremos o desejo de comer.
O mesmo ocorre com um copo de água,
quando estamos com sede desejamos a água, quando saciados, a desprezamos.
Certo, mas o que tudo isso tem a
ver com a personalidade pusilânime?
Para a personalidade pusilânime o
prazer que será obtido de determinado esforço, deve ser muito maior que a dor
causada para conseguir tal prazer. O estresse físico e emocional do pusilânime é
de tal nível de dor, que normalmente eles desistem antes de começar.
Desistem porque temem a dor
emocional ou física que sentirão, por isso preferem abrir mão do que desejam ou
do que amam, para não terem que passar pelo tormento infernal que sentirão ao perseverarem
para adquirir aquilo que querem.
Qualquer que seja o objeto dos
seus desejos terá que realmente valer muito mais que a dor que sentem ao sofrem
o estresse de conseguirem esse objeto, seja um amor, um filho, o sexo, a saúde,
a paz, a harmonia, um carro, uma casa, ou seja o que for.
Assim, o único modo onde à
personalidade pusilânime luta e se esforça até a exaustão, é quando há um
desejo infinitamente maior que o desgaste emocional, físico, intelectual e
financeiro que ele sofrerá, tipo:
O pusilânime ama tanto alguém,
mas ama tanto, que a morte desse alguém é a pior dor e o pior estresse que ele
pode viver, sendo assim, ele fará qualquer coisa, enfrentará qualquer situação
para que essa pessoa não morra. Lutará até a exaustão, mas jamais desistirá de
salvá-la enquanto acreditar que há um jeito de salvá-la.
E só haverá a sua desistência
numa situação dessas, caso ele se convença de que não há mais jeito, de que
todo o seu esforço não resultará num resultado final satisfatório ou positivo. Quando
ele percebe que nada do que ele fez, faz e fizer resultará no objetivo que ele deseja,
aí haverá a desistência definitiva, irrestrita e absoluta e de forma
instantânea e rápida. Essa rendição é a maneira da personalidade pusilânime
reconhecer que as suas forças são menores que o obstáculo a ser ultrapassado. É
a criança reconhecendo ser mais fraca que o gigante adulto e, portanto,
desistindo de lutar e entregando os pontos, jogando a toalha.
O pusilânime não sente as dores
diárias como alguém tido por “normal”, ele têm que juntar suas forças
interiores e armazená-las por muito mais tempo para poder lidar com as coisas
corriqueiras da vida, assim, algo muito simples para outros, lhe causa uma
exaustão que lhe suga as energias e o leva para a cama afim de recompor-se para
mais um round no combate da vida.
O que para a maioria são reforços
e tem poder recompensador, como por exemplo o dinheiro, para o pusilânime não
tem tal poder, por exemplo: para a personalidade pusilânime há coisas que nem
todo o dinheiro do mundo pagam, pois conforme o nível de estresse que ele for
sentir não haverá dinheiro suficiente no mundo para recompensá-lo. Aliás, há
casos em que ele daria todo dinheiro, ouro e tesouros do mundo e ficaria a
mingua só para não ter que passar por aquele estresse.
Enfim, a personalidade de ânimo
fraco, de pulso fraco, a pessoa pusilânime é um ser singular e ímpar e sente os
prazeres e as dores da vida de modo único e pessoal, por isso muitas vezes pode
parecer ser estranho e frio, quando na verdade essa pessoa está apenas tentando
evitar um sofrimento que para ele lhe é insuportável.
Cláudio