segunda-feira, 18 de novembro de 2019

NÃO FAZ TANTO TEMPO ASSIM


A tecnologia evoluiu demais nesses últimos 40 anos; isso proporcionou o barateamento de inúmeros produtos, nos trazendo uma prosperidade jamais vista.

Lembro-me que os produtos que hoje consumimos em nosso dia-a-dia eram luxos dos domingos ou aniversários, por exemplo: Coca-Cola, só aos domingos; bombons, só quando ganhávamos de presente de aniversário.

Telefone também era luxo, valia o mesmo que um terreno e, pessoas que tinham dinheiro os comprava para alugar. Automóveis eram posses da classe média e alta e, jamais imaginávamos que teríamos as facilidades de hoje.

Tínhamos uma rotina bem definida: horário para acordar, estudar, trabalhar, divertir, comer, dormir... Como, igualmente, para rezar e ir às missas.

Os pais decidiam quais os programas assistiríamos nos televisores, visto que não havia controle remoto e filho algum se atreveria a mudar o canal que o pai estava assistindo. Criança alguma, igualmente, se atrevia a se intrometer em conversas de adultos ou a desobedecer a ordens simples como: “vá dormir!”.

Não havia traumas ou psicólogos a nos contar como deveríamos educar os nossos filhos, o governo, igualmente, não se intrometia na vida familiar através de leis que proibissem os adolescentes de trabalhar ou as crianças de levar umas cintadas quando necessário.

O respeito aos pais nos ensinava a respeitar às leis, aos idosos, à Igreja, os professores etc.
Havia escassez de bens materiais e riqueza de caráter, honestidade e respeito.

Nossa base era a família e a Igreja, as duas instituições criadas por Deus e que sempre foram as maiores autoridades humanas, instruindo, orientando, repreendendo, educando, ensinando e protegendo. Nossas escolas tinham disciplina rígida e um currículo educacional eficiente para o aprendizado das matérias básicas: português, matemática, história, geografia... Respeitávamos os professores e temíamos os diretores.

O tempo passou e em 40 anos tudo mudou.

Começamos a valorizar mais o ter do que o ser e, então, passamos a investir infinitamente mais em ganhar e adquirir.

Logo o comércio começou a abrir aos domingos, coisa inimaginável quando a família e a Igreja dominavam a sociedade, nas palavras do bispo da minha diocese: “se algum INFIÉL se atrever a abrir o comércio no dia do Senhor (domingo) não comprem!”. E todos obedecíamos e temíamos, o que fazia com que o comércio não tivesse lucro e, por isso, permanecesse fechado aos domingos, para que separássemos o dia do Senhor para ir à missa e para ficar com a família.

Devagarinho, bem aos poucos, as novelas íam inculcando novos costumes que não tínhamos na sociedade. Novos conceitos sobre diversos assuntos foram gradualmente tomando conta dos temas das novelas, seriados e filmes: primeiro o desquite e a infidelidade conjugal; posteriormente temas mais controversos como o aborto, a produção independente, a homossexualidade, o divórcio, o novo casamento, os adultérios, a rebeldia dos filhos, a dissolução da família, os supostos interesses escusos das igrejas, o ateísmo...

Tudo isso de forma infinitamente gradual e discreta foi construindo a nova sociedade nas últimas quatro décadas. A moral judaico-cristã foi sendo esquartejada, dilacerada, moída discretamente para que a Igreja e a família perdessem a primazia e o domínio que sempre teve na sociedade cristã.

Então, chegamos ao ponto que nos encontramos, onde a família não tem controle algum sob seus membros, à igreja é um cadáver se decompondo e, ambas as instituições criadas por Deus, perderam totalmente sua autoridade na sociedade moderna.

Em meio as transformações de caráter moral, houve um crescimento assustador na produção de consumo, telefones celulares, automóveis, computadores, smart tvs... tudo acessível a quem quiser.

Comida, então, tornou-se abundante, fazendo com que seu preço diminuísse drasticamente. Hoje bebemos e comemos a vontade tudo o que outrora fazíamos uma vez por ano.

Temos condições de comer carne e beber refrigerante todos os dias, comer chocolate quando quisermos, nos esbaldarmos com tudo aquilo que desejarmos. Podemos viajar todos os anos, algumas pessoas várias vezes no ano.

Nossos problemas atuais decorrem do fato de termos abandonado a primazia da família e da Igreja, que nos dava valores sólidos, por essa vida indisciplinada de uma sociedade de consumo insano.

O que temos hoje é excelente: tecnologia, acesso a informação, contatos instantâneos, facilidades das mais diversas e a época mais abundante da Terra. Porém, por indisciplina, por falta de ética e limites, estamos adoecendo rapidamente.

Os jovens são ingratos, indisciplinados, mimados, drogados, pervertidos, irresponsáveis, inconsequentes, analfabetos funcionais, desrespeitosos, sem limites, egoístas, imediatistas, impacientes... E, isso, os está fazendo adoecer pela depressão e ansiedade e levando alguns ao suicídio.

Os pais são frouxos, perdidos, cansados, sobrecarregados, arrependidos, decepcionados, frustrados, sem rumo e tentando entender o que foi que os atropelou no meio do caminho para que tudo tivesse dado errado com seus filhos e cônjuges.

O Brasil tornou-se num grande hospício a administrar a demência coletiva, inculcando nas pessoas somente o que é interesse de meia dúzia de poderosos.

Infelizmente, não há cura ou solução para essa geração que tornou-se tetraplégica existencial devido a manipulação e a molestação midiática diuturna e o total abandono dos seus princípios mais importantes: o cristianismo e a família tradicional.

Cláudio Nunes Horácio

terça-feira, 12 de novembro de 2019

O BRASIL DA ESQUIZOFRENIA SOCIAL E DA PSICOPATIA IDEOLÓGICA


A total perda de significados das palavras nos levou aos conflitos verbais que mais se assemelham às discussões de manicômio sobre quem é o verdadeiro Napoleão.

Substantivo como “democracia” e adjetivo como “fascista” transformaram-se em sons alienígenas com significados diversos dependendo da boca que são proferidos.

A “novilíngua” de 2019 chegou até mesmo aos dicionários, como vemos com o substantivo “casamento” que desde que o português surgiu, sempre significou “a união civil entre um homem e uma mulher”, porém, na nova linguagem significa “a união civil entre duas pessoas”. Isso, com o objetivo claro de promover a agenda do homossexualismo financiada pelos globalistas.

Infanticídio são promovidos pelo mesmo grupo através de investimentos milionários a favor do aborto, além de aprovarem um tal de “aborto pós-parto” que nada mais é que assassinato autorizado de bebês.

Uma das adulterações mais perversas, encontramos sobre o nome de “direitos humanos” que, de direito, nada têm, mas tão somente de militância política ideológica para se manter o caos.

O abuso é tamanho, que a síndrome de Estocolmo é café pequeno, perto dos traumas causados pelas molestações diuturnas da classe política e judiciária desse país, imerso nas densas trevas do limbo inferior.

Já não há justiça, nem vislumbramos uma luz no fim do túnel, mas tão somente perversidades, abominações, verborragias e logorreias propaladas por todos os tipos de autoridades eleitas ou nomeadas.

A embromação e o embuste nos molestam a cada notícia, mesmo porque não sabemos se o que lemos é um fato, um factoide ou uma mentira descarada.

A internet vincula tudo quanto são tipos de notícias, sejam falsas, sejam verdadeiras, tudo junto e misturado de modo a desacreditarmos de muitos fatos e crermos em muitas estórias.

Nossos materiais didáticos foram corrompidos para nos contar a história segundo o ponto de vista de ideólogos de esquerda, por isso nos ocultaram fatos e introduziram narrativas falsas para que os vilões se tornassem heróis e, os heróis, vilões.

Praticamente ninguém tem a percepção da realidade, perdemos a lucidez, a capacidade e o discernimento, além da dislexia crônica dos nossos jovens semianalfabetos com diplomas universitários diversos.

Fico me perguntando o que será desse país quando essa juventude tiver que tomar conta de tudo. E, creio do fundo do meu coração, que a quantidade de suicídios será monstruosa; quando já não tiverem mais os pais para sustentá-los e mimá-los.

E, para inflamar ainda mais a demência juvenil, tecnologias maravilhosas como os smartphones são tão mal usados que condicionaram os jovens a serem imediatistas e a não tolerarem as frustrações da vida, coisa que todos tivemos, temos e teremos.

O imediatismo juvenil será recompensado com muita espera e, penso, que por não suportarem as frustrações porque não foram treinados, muitos se matarão ou enlouquecerão.

Quando falamos que a depressão é o mal do século, logo penso na rotina que, igualmente, pervertemos com a nossa estupidez contemporânea. Vivemos correndo atrás do vento para adquirirmos as quinquilharias valorizadas pela sociedade de consumo e nos esquecemos dos cuidados necessários para uma vida saudável, como o Sol, a natureza, o silêncio, a paz, a tranquilidade, a harmonia, a esperança, a fé, o amor, o aconchego, a empatia, a caridade, o esporte, o sono, a diversão, a vocação, a prática dos nossos talentos e dons...

Ao deixarmos de praticar essas coisas estaremos infinitamente mais predispostos a crises depressivas, crises de ansiedade ou existências.

Por outro lado o contexto político do Brasil não nos ajuda em nada, já que ficamos polarizados devido às duas ideologias, mais pela ignorância coletiva que imagina o que seja cada ideologia quê propriamente o ensino ideológico de fato.

Como citei acima, há um analfabetismo funcional que impede a maioria de ter o exato conhecimento intelectual daquilo que diz acreditar e pelo qual luta, grita e se esfola. De fato essa novilíngua brasileira causou a paraplegia absoluta na língua portuguesa a reduzindo a nada além de letra morta sem sentido. Cada grupo usa as palavras com o sentido que bem entende e, dessa forma garantem o desentendimento eterno.

Cláudio Nunes Horácio

12/11/2019

OBS: Novilíngua é um idioma fictício criado pelo governo hiperautoritário na obra literária 1984, de George Orwell. A novilíngua era desenvolvida não pela criação de novas palavras, mas pela "condensação" e "remoção" delas ou de alguns de seus sentidos, com o objetivo de restringir o escopo do pensamento.