sábado, 14 de julho de 2018

A IGREJA E A GUERRA CULTURAL




Há 30 anos venho observando o cristianismo no Brasil se deteriorando. Pensava se tratar de algo espontâneo, alguma coisa relacionada ao afastamento dos fiéis da sã doutrina, mas não, hoje sei que não foi algo natural, mas planejado.

Foi uma execução sistemática, orquestrada, muito bem planejada e executada para a destruição das instituições cristãs. As implodiram porque explodi-las não lhes foi possível antes, ou seja, combater o cristianismo só daria certo através de pessoas infiltradas que gradativamente mudariam a mentalidade cristã.

Aos poucos foram inseridos novos conceitos e preconceitos no seio da igreja, substituindo líderes verdadeiramente cristãos por ateus e hereges bem treinados na arte da manipulação e da dessensibilização que nos conduziria ao caos e a destruição.

Jesus Cristo prometeu que “as portas do inferno não prevalecerão contra” a Sua Igreja, mas isso não significa que não prevalecerão contra a instituição, contra o cristianismo. O que Ele disse é que nunca acabará a fé cristã, a Igreja Dele são as pessoas verdadeiramente convertidas, não uma instituição religiosa.

Na Itália um menino de origem pobre que teve sua visão de mundo moldada pelas suas dificuldades financeiras tornou-se jornalista e publicou suas visões políticas em jornais de esquerda, tornando se um dos líderes do partido comunista italiano. Seu nome era Antônio Gramsci, e com 31 anos de idade acaba sendo preso e condenado a 20 anos de prisão pela política italiana do regime Mussolini. Na cadeia, escreve os 32 cadernos do cárcere e estas reflexões iriam ecoar no mundo ao descrever como o estado usa as instituições culturais para conservar o poder. O gramscismo criou estratégias realmente eficientes e poderosas para conquistar o poder através da guerra cultural, com a infiltração de intelectuais de ideologias comunistas em áreas fundamentais da sociedade.

Possuí como método realizar a transformação intelectual e moral da sociedade pelo abandono de suas tradições, usos e costumes, mudando valores culturais de forma progressiva e contínua, introduzindo novos conceitos que, absorvidos pelas pessoas, criam o “senso comum modificado”, gerando uma consciência homogênea construída com sutileza e sem aparente conteúdo ideológico, buscando a identificação com os anseios e necessidades não atendidas pelo poder público.

Dentre as várias formas de processos transformadores da sociedade em socialismo, a teoria de Gramsci é a que melhor se aplica no que tem acontecido no mundo e no Brasil. O socialismo, o comunismo e o marxismo perderam em tudo, só não perderam na cultura. Na cultura são hegemonicamente vitoriosos.

A perversão da mentalidade, da religiosidade, da cultura, da educação, das artes, dos costumes, da moral e da ética foi a arma usada para implodir o sistema,  estabelecendo as estratégias de guerra política que capturasse as consciências e o imaginário popular favorecendo única e exclusivamente a narrativa do partido, que passa a surgir como o novo príncipe que não pode ser questionado.

Os dois maiores empecilhos para implantação do comunismo são a igreja e a família, logo, os dois alvos principais a serem atacados discretamente através da guerra cultural gramscista.

A família é a pedra angular da transformação histórica, logo as ações e o pensamento do individuo serão perpetuadas pelos seus descendentes mesmo além de sua morte; quando não, todas as suas ações em vida serão nulas para o progresso da civilização.

Grupos que atentam contra a família são constituídos justamente por famílias dinásticas, cujo poder econômico ilimitado, passa a ser usado em prol do alcance de poder político. Para ´´manobrar`` a sociedade eles passam a financiar grupos de esquerda, revoluções e agendas destrutivas por todo o mundo, o chamado metacapitalismo.

Pode-se observar esta reflexão no antigo império romano, onde o casamento entre escravos era proibido. Durante o período de reprodução, eram levados a grandes arenas onde praticavam orgias intermináveis, no final do processo era impossível descobrir quem era filho de quem, desta forma, não se constituindo famílias. O poder sobre o segmento histórico era impossível e a manutenção da dominação se dava com sucesso.

A teoria de subversão aplicada hoje no Brasil diz claramente: No caso da religião DESTRUA, RIDICULARIZE, substitua por várias seitas, cultos, que leve a atenção das pessoas da sua fé, não importando qual, contanto que o dogma religioso tradicional seja corroído lentamente, afastando as pessoas do real significado do criador, algo que não se compra, não é palpável, algo que transcenda a natureza humana, algo pelo que vale a pena morrer.

Além da igreja e da família, eles se infiltraram em todas as áreas de poder: Poder legislativo, executivo e judiciário; também tomaram conta das grandes emissoras de rádio difusão, jornais, Tvs e grande mídia.

Surge na França o desconstrucionismo que é o método usado para retirar o significado de um texto para colocar um novo significado pretendido, este método é aplicado não só em textos, mas também na retórica política ideológica. Em geral, por exemplo, a analise desconstrucionista da bíblia pode levar a entender que é um livro dedicado a superioridade de uma raça, e um sexo sobre outro sexo; ou a análise desconstrucionista da obra de Shakespeare, pode concluir que se trata de obras misóginas que defendem a opressão da mulher. Para o marxista cultural a análise histórica resume-se apenas na relação de poder entre os grupos sociais.

O descontrucionismo é a chave do que chamamos de politicamente correto porque é através dele que surge o relativismo moral que reinterpreta toda e qualquer relação social, valor ou tradição cultural de acordo com as causas políticas do momento. Hoje ele é usado basicamente para silenciar toda e qualquer narrativa que não esteja alinhada com os interesses do partido. Através da censura perversa e sistemática calam a todos que ousam se manifestar contra suas ações ou planos maquiavélicos. Essa foi à forma que encontraram de atacar de maneira cruel e perversa a todos os opositores, que sendo atacados em seu caráter, difamados e perseguidos, preferem se calar, sendo assim, aniquilados da vida pública.

Logo, quando vemos um pastor ou um padre na televisão dizendo aquilo que está revelado na bíblia, certamente ele será ridicularizado e taxado de fanático religioso ou coisa pior, por exemplo:

A bíblia ensina que há uma hierarquia e que essa hierarquia segue na seguinte ordem:
Deus; o homem; a mulher e os filhos.

Isso é automaticamente taxado de machismo, como ninguém quer ser classificado de machista, os profetas se calam e dizem aceitar uma nova classificação hierárquica moderna e politicamente correta estabelecida pela cultura comunista ateia. Nesse momento a bíblia, guia de fé e prática do cristão, foi deixada de lado e trocada por aquilo que nada tem a ver com a fé cristã. Houve um enfraquecimento do cristianismo bem diante dos nossos olhos.

A bíblia ensina que Deus criou homem e mulher e que qualquer relação entre homem e homem e mulher e mulher é abominação diante Dele (Lv 20.13).

Esse ensinamento bíblico é taxado de homofóbico pelo politicamente correto que já tomou conta de todas as áreas da sociedade, inclusive da palavra profética da igreja, logo, não é seguro e nem conveniente dizer às pessoas que Deus odeia e abomina o homossexualismo, pois se assim o fizer, nossos amiguinhos comunas irão providenciar a sua morte moral, ética e profissional de forma eficiente e poderosa. As perseguições serão implacáveis!

A bíblia ensina que o aborto é um assassinato e que ninguém tem o direito de assassinar, portanto, o ensino bíblico é claramente contra o aborto. Acontece que a legalização do aborto está na agenda esquerdista comunista, por isso aqueles que não defendem o aborto são classificados de ignorantes, fundamentalistas e fascistas.

Já líderes religiosos que apoiam o aborto são louvados e aplaudidos, como é o caso do Edir Macedo, que é pró-aborto.

Enfim, poderia citar muito mais coisas concretas aqui, mas nesses poucos exemplos já podemos ver como a deterioração do cristianismo vem ocorrendo.

Como esse processo foi muito lento e gradual, ninguém se deu conta da conquista do poder comunista com sua agenda de dominação cultural. Por isso que de 30 anos para cá houveram grandes divisões na igreja.

Inúmeras denominações que não permitia assistir televisão se abriram para a mídia e tiveram suas mentalidades moldadas a moda desse mundo;  pelas novelas e programas infantis já previamente desenvolvidos para desconstruir a antiga mentalidade e reconstruir uma nova baseada nos objetivos gramscistas.

Modas profanas entraram mais e mais nas igrejas, pervertendo o culto de adoração para shows que massageiam o ego do fiel. Diversos instrumentos foram adicionados para esse fim, guitarras e baterias entre outros.

As mulheres que antes eram discretas e nada sensuais passaram a dançar no altar, em grande parte com roupas sensuais e provocantes, fora os fieis que pensam que estão no baile e não na igreja.

Os homens passaram a desejar ainda mais as irmãs e o número de divórcios se multiplicaram juntamente com o adultério, já que na mentalidade implantada vivemos para ser livres, leves e soltos e, portanto, felizes.

As escolas bíblicas dominicais perderam seu conteúdo bíblico e passaram interpretar fábulas, nada que tenha real importância prática no mundo e na vida, assim, quando os fiéis se depararem com problemas reais não terão base bíblica ou teológica para resolverem. Por isso recorrerão às instruções comunistas bem sedimentadas pela mídia, por exemplo:

Em caso de risco de vida da mãe grávida, quem devemos escolher para que viva, a mãe ou o feto?

Esse tipo de situação era muito bem abordado nas escolas bíblicas dominicais com textos abundantes, depois que a guerra cultural começou, nada mais foi discutido ou pensado.

Como devemos viver em família? Qual é a maneira divinamente estabelecida para educar os filhos?

Essa é uma questão ainda mais complicada, visto que a bíblia nos instrui a usarmos a disciplina e a vara, porém, na agenda comunista estava estabelecida a criação de leis que nos impedissem de exercer nossos papeis de pais. Não podemos usar a vara, pois além de ilegal, é comprar briga com todos os psicólogos adestrados pelas técnicas e conteúdos do Instituto Tavistock e pela Universidade Stanford, ambas instituições, engenheiras, especialistas  em manipulação do  comportamento humano.

O que estou dizendo é que essas pessoas seguem planos muito bem elaborados que tem o poder de moldar a nossa mentalidade de acordo com os seus próprios interesses, eles nos governam sem que saibamos.

Usam tudo o que está disponível para transformar a nossa maneira de pensar naquilo que eles desejam, esse é o grande problema: é que mesmo que discordemos veementemente de alguma coisa, através das técnicas de manipulação de massa nos convencerão do que eles quiserem. E é justamente isso que vêm fazendo há décadas.

Aos poucos temos mudado a nossa maneira de pensar e de ver as coisas, o que antes era inconcebível, hoje já estamos vivendo.

Se você é cristão, compare tudo o que você pensava sobre certo e errado; sobre luz e trevas; sobre a igreja e o mundo; sobre Deus e o diabo; sobre liderança e música há 30 anos e o que pensa a respeito disso tudo hoje.

Perceba o que houve para que você mudasse de opinião, abra seus olhos e enxergue a verdade sobre sua mudança de mentalidade. Será que foi mesmo Deus quem lhe abriu os olhos ou foram às técnicas de manipulação de massa que lhe transformou?

Quais eram os frutos da sua igreja há 30 anos e quais são seus frutos hoje?

Você era uma pessoa melhor ou pior há 30 anos?

Analise tudo isso e saiba que o ataque é real, programado, planejado e eficiente.

PREPARE-SE!

Cláudio Nunes Horácio / Gustavo Cintra