Deus
é sempiterno, não tem começo e nem fim. Deus é a origem primária
de todas as coisas, sendo assim, Ele é incriado, pois está fora da
criação. Tudo o que estiver dentro da criação tem que ter um
princípio, tudo o que estiver fora da criação, não tem
necessidade ter sido criado.
“Deus
existe fora do tempo. Uma vez que vivemos em um
universo de causa e efeito, nós naturalmente assumimos que
esta é a única maneira em que qualquer tipo de
existência pode funcionar. No entanto, a premissa é
falsa. Sem a dimensão do tempo, não há causa e
efeito, e todas as coisas que poderiam existir em tal esfera não
teriam necessariamente de serem causadas, mas sempre
existiram. Portanto, Deus não tem necessidade de
ser criado, mas, na verdade, criou a dimensão de
tempo do nosso universo, especificamente por uma razão –
para que a causa e o efeito existissem para nós. No
entanto, desde que Deus criou o tempo, causa e efeito nunca
se aplicam a Sua existência."
É impressionante como 90% das pessoas que conhecemos,
convivemos ou nos relacionamos de algum modo, torcem contra nós. Detestam
quando conquistamos qualquer coisa, por mínima que seja, sentem-se ofendidas ao
adquirirmos um bom emprego, ou um carro; ao passarmos num concurso público ou
financiarmos uma casa para pagarmos o resto da vida.
É aquela famosa disputa: “quem é menos miserável do que eu?”
e, na eminência de alguém do nosso convívio adquirir uma migalha qualquer de
qualquer coisa boa para ela, à inveja se apossa do infeliz que torce o nariz,
coloca um sorrisinho falso do demônio da cara e diz: “que bom” ou mesmo, se
estiver mais doente que o normal, nem mesmo diz nada, até vira a cara como se
não tivesse visto. E se puder nos prejudicar, faz de imediato, mas sempre
camuflado de gente boa, afinal, esse ser ignóbil julga-se uma boa pessoa. ”Inveja
eu? Jamais, imagina!”.
Essa é a pior espécie de “gente” que existe: os histriões,
os camuflados, os demônios disfarçados de gente boa, inimigos não declarados.
Hipócrita é a palavra, pois hipócrita significa alguém que
usa máscara e interpreta no palco, no caso citado, um ator no palco da vida. E
o mundo está cheio de histriões disfarçados de gente, já que o pior dos
inimigos é aquele que se passa por amigo.
Por isso acho fundamental conhecermos um pouco da psicologia
da Gestalt e a Behaviorista de Skinner, já que esse conhecimento nos ajudará a
desmascarar os hipócritas aleivosos.
Pior é sabermos quem são os capirotos e não podermos
desmascará-los definitivamente em público por causa das imposições das regras
sociais ou por não podermos por motivos de força maior e, ainda por cima,
termos de aguentar seus fingimentos para não sermos ainda mais prejudicados
pela perversidade alheia. Isso acontece, por exemplo, no trabalho, quando somos
forçados a conviver diariamente com um cramunhão da morte e o nosso bom senso
nos manda calar. Ou com sogros, que fingem simpatizar conosco, ou genros, ou
tios, mas que por trás puxam o tapete o tempo todo; ou irmãos que têm rixas, ou
enteados, enfim, há inúmeras ocasiões onde temos que suportar o insuportável
para que a situação não piore ainda mais.
Também podemos observar os perfis familiares, a cultura
familiar, pois cada família possui a sua cultura própria, por exemplo: há
famílias de todos os tipos e modelos, algumas são formadas por gente desligada,
sem frescuras, tipo rústica e sem verniz; outras por gente supostamente bem
educada, adestradas nos convívios sociais, bem educadas, mas que como a
rústica, tem seus podres.
Claro que não há gente perfeita, mas há gente melhor e gente
pior; gente consciente e gente inconsciente; gente de fé e gente sem fé; gente
com esperança de um mundo melhor e que trabalha por isso e idiotas que fazem de
tudo para piorar o mundo a vida e as pessoas que aqui habitam.
De fato há pessoas de todos os níveis nesse planeta, a
maioria é gado no curral da inconsciência coletiva manipuladora nessa fábrica
de idiotas chamada sociedade do planeta Terra. E tudo contribui para idiotizar:
educação, cultura, mídia, religião, preconceitos, família, sociedade... Todos
tomados pela tanatofobia e o pavor do futuro desconhecido. Covardes medrosos
que se escondem da verdade e buscam a cegueira em todos os níveis. Por isso
buscam anestésicos, álcool e outras drogas como ansiolíticos ou religiões que
podem somente abobalhar, mas que não têm o poder de pacificar o ser, por isso
cuidam tanto da vida alheia, para desviarem o olhar da sua terrível pobreza
espiritual.
O fato é que a cada ano o Espírito de Natal vêm definhando.
Já não somos cristãos por decisão ou convicção, mas por educação ou pelo adestramento
cultural imposto pelo nascimento num país supostamente cristão.
Na verdade, noventa por cento das pessoas sequer imaginam o
que é ser cristão, não sabem o que o Cristo ensinou e jamais leram os
Evangelhos canônicos e, os pouquíssimos que os leram, nada entenderam.
Há uma salada de frutas doutrinárias com pitadas dos dogmas
ortodoxos, misturados com as heresias contemporâneas da moda que supostamente
mostram um pseudoconhecimento onde é possível misturar a água com o óleo e
criar-se um novo elemento líquido.
O cristianismo vigente é a omelete feita sem quebrar os
ovos, a morte sem a falência do corpo, a ressurreição daquele que não nasceu,
o orgasmo sem o ato conjugal e o parto sem o feto, ou seja, tudo o que é
essencial no Evangelho foi abandonado, não há tutano nos ossos das religiões
cristãs do nosso tempo. Elas se parecem mais com um camaleão que se adapta ao
ambiente do que com o Portal dos oráculos do Altíssimo.
Tudo o que Jesus pregou e ensinou, tudo o que Ele disse de
Si mesmo, todo exemplo de vida, amor e fé que Ele praticou já não nos serve pra
nada. Isso, porque o hedonismo extremo se instalou em nós como marsupial que
vive em nossa bolsa abdominal e não sai de lá para mais nada que não seja o
nosso próprio prazer.
“Faça-se a nossa vontade assim na Terra como nos Céus” Essa
é a doutrina supostamente cristã do século XXI.
Substituímos Jesus por Noel, o louvor pelos muitos
presentes; à caridade pelos banquetes regados a bebedeiras e intrigas
familiares; a face do Cristo em nós pela camuflagem das cirurgias plásticas; escondemos
o nosso corpo cansado da ausência de Deus e o transformamos em cabide a
desfilar as nossas roupas de grifes. Tudo muito belo, tudo muito plástico, tudo
muito artificial, exatamente a antítese de Jesus e do Evangelho.
O Natal é a comemoração indizível da Encarnação do Verbo de
Deus. Isso deveria nos constranger ao amor, à graça, à paz, à misericórdia, ao
perdão, ao arrependimento, à consciência da nossa insignificância, ao estudo, à prática do Evangelho e à instalação do bem em nós, mas em nossos dias isso
não seria politicamente correto, pois a moda agora são as crendices vãs e não a
fé viva no Cristo de Deus.
Ser do Cristo hoje é ser ignorante, brega, arcaico, burro e
ultrapassado; a moda é ser ateu ou “multi-eclético” e aceitar conceitos
absurdos como sendo dogmas inteligentes e irrefutáveis. É voltar a ser infantilizado e
idiotado esponjando as sandices propaladas pela mídia e pelos ídolos. É chamar o
feio de belo e o belo de feio; a cultura de ignorância e a ignorância de
cultura; o lixo de música e a música de lixo; os tolos de sábios e os sábios de
tolos; a vulgaridade de elegância e a elegância de vulgaridade; é perdermos
totalmente a noção das coisas e dos seus lugares no mundo e na sociedade.
É endeusar as crianças e escravizarmos os adultos por conta
disso, nos tornando reféns da nossa própria vaidade ao passarmos as
responsabilidades de adulto para as crianças que são aprendizes inexperientes,
ou nos recusando a educá-las, como sempre foi e deve ser, transferindo a nossa responsabilidade
para a escola ou para o governo.
É aceitarmos como norma aquilo que jamais será normal:
mentiras, dissimulações, adulterações, bajulações, falsidades, desafetos,
difamações, deslealdades, manipulações, desamores, camuflagens, assassinatos,
torturas, calúnias, covardias, ignorâncias, preguiças... Tudo isso praticado
por nós e ainda nos achamos cristãos e ainda usamos o marketing pessoal ou
familiar para expormos ao mundo aquilo que não somos e que não cremos como se
fôssemos e crêssemos.
Toda essa nossa imensa hipocrisia NÃO é o Natal, é o
exemplo daquilo que não devemos ou podemos fazer, agir, praticar ou viver, pois
o Natal é a rendição total e irrestrita a graça de Deus encarnada em Jesus
Cristo.
Graça essa que não teve custo para nenhum de nós, por isso
chama-se graça, do contrário chamaria salário, pois teríamos feito algo para
receber, mas como nada fizemos e ganhamos, chama-se graça de Deus, o Seu dom
gratuito.
É no Natal que reconhecemos a nossa incapacidade de lidarmos
sozinhos com a vida e com a morte, com o presente e o porvir; é nesse dia que
comemoramos a excelsa encarnação de Deus para nos salvar, conforme lemos em
Isaías 7.14:
“Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e lhe chamará
de Emanuel (que quer dizer Deus conosco).”
Portanto, o Natal é a comemoração indescritível da presença de
Deus entre nós, MARANATA!