quinta-feira, 25 de maio de 2017

NÃO SOU EVANGÉLICO


Deixei de ser evangélico porque não acredito mais na revelação das Escrituras conforme a Teologia Reformada, Tomista ou Arminiana;

Deixei de ser evangélico porque não reconheço o Evangelho nesse movimento;

Porque os piores seres humanos que conheci fazem parte dessa religião, porque, como esses, eu também me tornei um idiota quando pertencia a essa religião. Era julgador, manipulador, orgulhoso, metido a besta, prepotente, petulante, dono da verdade... como 99% dos crentes são até hoje.

Saí desse circo de horrores porque nada lá é sério: a mensagem é falsa, a prática é deplorável, o comércio é escandaloso, a manipulação é diabólica e o ensino não tem nada a ver com Jesus Cristo.

Hoje não pertenço a nenhuma religião, não creio em nada que esteja pronto; tenho a minha própria espiritualidade e isso independe de dogmas, Escrituras, doutrinas e clero.

Sou livre para crer, pensar e viver de forma absolutamente livre, leve e solta e mudar de opinião a cada instante que desejar.

Tenho minha própria teologia, meus próprios dogmas, minha própria fé personalizada só pra mim.

Essa é a minha verdade e não desejo convencer ninguém dela, não estou atrás de seguidores e nem sou o porta voz da verdade divina, apenas vivo e creio conforme a vida vai me mostrando.

Procure e creia conforme a sua verdade, essa é a melhor opção.

Namastê!


Cláudio

sábado, 6 de maio de 2017

ENSAIOS E A BÊNÇÃO DO DIVÓRCIO




             Há 52 anos vejo a recorrência dos ensaios do divórcio.

          O casal já não se suporta e se mantém juntos num vai e vem de esperanças frustradas pela realidade que preferem ignorar. São idas e vindas, recomeços e mais recomeços na tentativa frustrada do milagre que jamais acontece.

          Pessoas são universos paralelos únicos, se diferem pela educação e cultura, pela tradição familiar, pela mentalidade e pelo adestramento social no qual foram inseridos ao nascer e crescer.

          A separação se dá primeiramente por dentro, na mente, nos solilóquios; só o tempo e os ensaios poderão levá-la ao coração e a consumação na vida.

          Ninguém se separa por estar feliz numa relação, nos separamos por incompatibilidades, por trilharmos caminhos diferentes, por nos cansarmos de nos adaptar ao outro e à sua vontade ególatra. Por não querermos mudar, por nos gostar como somos.

          Infelizmente só o amor não basta para que um casal fique juntos para sempre, incompatibilidades existem mesmo havendo amor, tesão e paixão.

          Para a permanência do casamento é fundamental que haja, além do amor, vontade mútua, cooperação, cumplicidade, objetivos em comum, mesma visão de mundo, foco nos mesmos alvos, crescimentos individuais proporcionais para que um não evolua muito mais rápido que o outro.

          É o caminhar juntos, o comungar dos mesmos ideais, o partilhar dos mesmos focos almejando os mesmos objetivos que sempre têm que ser em comum, jamais individuais.

          Casar é estabelecer uma moradia em comum entre um homem e uma mulher, é estar sob o mesmo teto buscando objetivos em comum, é deixar de ser singular e viver o composto, abandonar o individual para viver o coletivo.

          Esse conjunto de coisas é essencial para que o casamento prevaleça, do contrário haverá a separação, sempre!

          E sempre que há um divórcio, imediatamente após as dores de o rompimento passar, coisa de uns 6 meses, haverá a ressaca da tentativa frustrada da manutenção de um casamento moribundo que colocávamos para dormir de conchinha conosco.

          A partir daí apenas nos arrependeremos de não termos nos divorciado bem antes, pois nada há mais deprimente do que tentar manter vivo um casamento que já morreu.

          A você que vive esse ensaio, bora acordar (a-cor-dar), dar cor a vida!

Cláudio Nunes Horácio

         
         





Casamento homossexual: impossibilidade lexicogramatical

união civil ou o casamento de pessoas do mesmo sexo é matéria relevante nos dias atuais em diversos países do mundo, em particular no Brasil que, através do Supremo Tribunal Federal decidiu no mês de maio de 2011 e por unanimidade o reconhecimento da união estável entre homossexuais.
Não é propósito deste sucinto trabalho sequer comentar o mérito: seu desiderato é fazer uma breve análise léxica gramatical do termo casamento para se concluir sobre a possibilidade lingüística de existir a expressão "casamento homossexual".
casamento – como fato social – é constatado desde o início da habitação do gênero humano sobre a face do planeta terra, o que equivale afirmar que não se trata de mera expressão cultural e sim de um dos pressupostos institucionais da raça adâmica ou humana.
Não obstante o fato de ser impossível identificar a língua mater, ou língua original da espécie humana conforme se afirma na seara da Lingüística contemporânea – o aramaico é uma das línguas mais antigas que se tem notícia e, de forma específica, exerceu influência para o desenvolvimento das línguas indo-européias, em particular o hebraico, o grego e o latim em cujas culturas se releva o casamentoque, apesar das inevitáveis contextualizações históricas, mantém os mesmos princípios nesta contemporaneidade ocidental.
Considerando o início da civilização humana a partir da Mesopotâmia, mais precisamente na região atual do Golfo Pérsico – seja pelas evidências arqueológicas, históricas e científicas; seja pelo relato das escrituras aramaica, hebraica, grega e latina – o significado léxico gramatical do termo casamento deve ser estudado a partir dessa origem lingüística.
A Enciclopédia Eletrônica Wikipédia1, com base em estudos científicos pertinentes, informa que há uma origem comum para as línguas indo-européias classificas em dez grupos dos quais se destacam para o propósito deste breve artigo as línguas helênicas com registros fragmentários no grego micênico do fim do século XV a.C. até o início do seguinte; as tradições homéricas (grego homérico) que datam do século VIII a.C.; e as línguas itálicas: que inclui o latim e seus descendentes (línguas românicas ou latinas), atestadas desde o século VII a.C.
Desta forma, uma breve análise do significado e da etimologia do termo casamento a partir dessas línguas é suficiente para se deduzir a sua relevância como fato social humano – e não apenas cultural, ou seja, é fenômeno supra cultural ou instintivo e deenealógico (neologismo que pretende significar "inerente ao ser desde a sua origem).
Iniciando pela língua hebraica o termo "k´lulâ" significa noivado, promessa de noivado; e o termo "kallâ" significa nora, esposa, noiva – ambas derivadas da raiz de kll.
Esta palavra denota os relacionamentos bem definidos da mulher que está comprometida com alguém ou com o filho de alguém. Pode referir-se a uma noiva ou a uma mulher casada há bastante tempo [...]2.
Esse noivado expresso na língua hebraica tem como propósito essencial a união de uma fêmea com um macho sob o pacto de fidelidade recíproca e vitalícia para a formação de uma instituição familiar cuja evidência principal – mas não exclusiva – é a geração de filhos.
A palavra grega para matrimônio ou casamento é "gamos" () cujo significado semântico é "vincular; unir" e ainda "um matrimônio ou festa de casamento3" no qual convivem um homem uma mulher.
Nessa linha semântica – desde o aramaico antigo até a lingüística portuguesa hodierna, em particular a língua falada no Brasil – lista-se abaixo alguns termos relacionados ao casamento cuja origem é o grego e o latim; in verbis:
Adultério - [do latim adulteriu1. Infidelidade conjugal; prevaricação. 2. Fig. União destoante, aberrante. 3. Adulteração.
Conjugal - [do latim conjugaleAdj. Relativo ou pertencente a cônjuges, ou ao casamento.
Cônjuge - [do latim conjuges.m. Cada uma das pessoas ligadas pelo casamento em relação à outra.
Casamento - [do latim medieval casamentu] 1. Ato solene de união entre duas pessoas de sexo diferente, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil.
Esposa - [do latim sponsas.f. 1. Mulher que está prometida para o casamento; noiva. 2. Mulher (em relação ao marido).
Esposo - [do latim sponsus.m. 1. O que prometeu casar ou que está para casar; noivo. 2. Marido.
Marido - [do latim maritu] s.m. Homem casado em relação à mulher a quem se uniu; cônjuge do sexo masculino. [fem. mulher]. 3
Matrimônio - [do latim matrimonius.m. 1. União legítima de homem com mulher; casamento.
Poliandria - s.f. 1. Matrimônio da mulher com diversos homens. 2. Regime que se observa nas sociedades matrilineares e no qual diversos homens em geral irmãos ou primos, participam da posse de uma mulher.
Poligamia - [do grego polygamía latim polygamias.f. 1. Matrimônio de um com muitos. 2. Estado de polígamo.
Polígamo - [do grego polygamos] Adj. 1. Que tem mais de um cônjuge ao mesmo tempo. 2. Diz-se de certos animais dos quais os machos tem muitas fêmeas
Releva-se o fato de o termo casamento, de per si, implicar de forma inequívoca a união de duas pessoas de sexo oposto – macho fêmea – e não admitir o vínculo com um terceiro sem o consentimento dos cônjuges e da cultura e, mesmo quando isto ocorre, imperam as regras da poligamia.
Neste sentido e a exemplo do termo "dupla" que, de forma incontestável somente admite a tradução "dois elementos" ou "um par" e vice versa, o casamento SOMENTE comporta a tradução, e via de fato, a união conjugal de um homem com uma mulher; se é união conjugal, por imperativo das regras léxico gramaticais desde a antiguidade, somente o é entre macho fêmea.
Em outras palavras, resta plenamente insubsistente a possibilidade léxica, gramatical e histórica de existir um casamento que não seja de um macho com uma fêmea, seja na Natureza, seja nas sociedades humanas.
Por conclusão, a união de pessoas do mesmo sexo é plenamente possível sob os ditames subjetivos (escolhas pessoais) e objetivos (doutrina, legislação e jurisprudência); porém não ainda sob a  expressão "casamento homossexual"   visto que, até a presente data, o "conteúdo e a forma"  do termo casamento se mantém inalterados desde a antiguidade - ou seja: independente da "linguística" o que determina o conceito é o seu uso contemporâneo!

REFERÊNCIAS:

HARRIS, R.Laird; ARCHER, Gleason Jr. WALTKE, Bruce K. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. 1998.São Paulo:Vida Nova, p.724.
THAYER, Joseph. Thayers Greek-English Lexicon of the New Testament. Hendrickson Publisheres, Inc. Massachussets. 2000; p.109.
WIKIPÉDIA – Enciclopédia Eletrônica. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_indo-europeias> Acesso em: 07/05/2011.

NOTAS

1 Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_indo-europeias> Acesso em: 07/05/2011. 2
2 HARRIS, R.Laird; ARCHER, Gleason Jr. WALTKE, Bruce K. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. 1998.São Paulo:Vida Nova, p.724
3 THAYER, Joseph. Thayers Greek-English Lexicon of the New Testament. Hendrickson Publisheres, Inc. Massachussets. 2000; p.109