domingo, 6 de setembro de 2015

GAFANHOTOS DA EXISTÊNCIA

Se realmente fosse possível nós amarmos a Deus acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos, não teria sido necessária a morte de Jesus na cruz.
O fato é que NINGUÉM ama a Deus acima de tudo e muito menos ao próximo como a si mesmo!
Quando dou ênfase nesses mandamentos, estou sendo demagogo, visto que eu mesmo não os pratico, e minha pregação tem a nítida intenção de camuflar a minha vagabundagem na prática do Evangelho que vai muito além do resumo desses dois mandamentos.
Quem ama a Deus acima de tudo, não vive para si. Quem ama ao próximo como a si mesmo, deve dividir absolutamente tudo com o próximo, seu tempo, seu dinheiro, seu conhecimento; deve cuidar do próximo como cuida de si mesmo, mas nunca vi ninguém levantar cedo e preparar o café da manhã para si e para o vizinho da favela; muito menos dar-lhe banho e providenciar quarto, cama e cobertas. Nunca vi ninguém ensinando ao desamparado a ganhar o pão diário e a cuidar de si mesmo.
Vi sim gente esbanjando dinheiro e tempo com o que é desnecessário e não ajudando a próximo algum, vemos isso o tempo todo, todos nós fazemos isso.
Vemos gente com som num volume absurdo, e fora do horário permitido por lei, estuprando, currando os ouvidos do vizinho que irá acordar cedo para trabalhar no dia seguinte e passará o dia todo sonolento e mal-humorado pela falta de amor ao próximo do vizinho sem noção.
Há gente de todos os tipos e modelos, mas todos, absolutamente todos somos egoístas, por isso nos é impossível amar a Deus sob todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, nem a Madre Tereza fez isso.
A partir do start inicial fomos escolhendo, e escolhemos oprimir os mais fracos, roubar-lhes os bens, escravizar seus filhos, tomar suas mulheres...

Inventamos máquinas de opressão, sistemas políticos, guerras, divindades diversas, religiões diversas, sexos variados; vivemos como se nunca fôssemos adoecer ou morrer. Nossa vida não é a recomendável e muito menos saudável, industrializamos a vida animal, enlatamos e colocamos conservantes e, antes, injetamos hormônios e anabolizantes. Tudo isso e muito mais e ainda nos perguntamos o porquê de tanto sofrimento.
O fato é que somos a praga do planeta, somos como gafanhotos devorando tudo o que há de bom, destruindo a natureza e buscando a aniquilação com as nossas próprias mãos.

Se não houver Deus, em pouco tempo também não haverá Homem, simples assim.

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