sábado, 6 de maio de 2017

ENSAIOS E A BÊNÇÃO DO DIVÓRCIO




             Há 52 anos vejo a recorrência dos ensaios do divórcio.

          O casal já não se suporta e se mantém juntos num vai e vem de esperanças frustradas pela realidade que preferem ignorar. São idas e vindas, recomeços e mais recomeços na tentativa frustrada do milagre que jamais acontece.

          Pessoas são universos paralelos únicos, se diferem pela educação e cultura, pela tradição familiar, pela mentalidade e pelo adestramento social no qual foram inseridos ao nascer e crescer.

          A separação se dá primeiramente por dentro, na mente, nos solilóquios; só o tempo e os ensaios poderão levá-la ao coração e a consumação na vida.

          Ninguém se separa por estar feliz numa relação, nos separamos por incompatibilidades, por trilharmos caminhos diferentes, por nos cansarmos de nos adaptar ao outro e à sua vontade ególatra. Por não querermos mudar, por nos gostar como somos.

          Infelizmente só o amor não basta para que um casal fique juntos para sempre, incompatibilidades existem mesmo havendo amor, tesão e paixão.

          Para a permanência do casamento é fundamental que haja, além do amor, vontade mútua, cooperação, cumplicidade, objetivos em comum, mesma visão de mundo, foco nos mesmos alvos, crescimentos individuais proporcionais para que um não evolua muito mais rápido que o outro.

          É o caminhar juntos, o comungar dos mesmos ideais, o partilhar dos mesmos focos almejando os mesmos objetivos que sempre têm que ser em comum, jamais individuais.

          Casar é estabelecer uma moradia em comum entre um homem e uma mulher, é estar sob o mesmo teto buscando objetivos em comum, é deixar de ser singular e viver o composto, abandonar o individual para viver o coletivo.

          Esse conjunto de coisas é essencial para que o casamento prevaleça, do contrário haverá a separação, sempre!

          E sempre que há um divórcio, imediatamente após as dores de o rompimento passar, coisa de uns 6 meses, haverá a ressaca da tentativa frustrada da manutenção de um casamento moribundo que colocávamos para dormir de conchinha conosco.

          A partir daí apenas nos arrependeremos de não termos nos divorciado bem antes, pois nada há mais deprimente do que tentar manter vivo um casamento que já morreu.

          A você que vive esse ensaio, bora acordar (a-cor-dar), dar cor a vida!

Cláudio Nunes Horácio

         
         





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