Ter filhos dói!
Dói quando os parimos;
Dói quando têm cólicas;
Dói quando os deixamos na escolinha ou na creche;
Dói quando caem ao começarem a andar;
Dói quando começam a balbuciar suas dores;
Dói quando os deixamos anualmente na escola no primeiro dia
de aula;
Dói quando os educamos, corrigimos e exigimos que façam as
coisas certas;
Quando menstruam ou ejaculam pela primeira vez;
Quando se tornam adolescentes e descobrimos que a partir
daquela data alçarão voos longe de nós.
Dói quando percebemos que vestem “a couraça do sabe tudo” ao notarem inconscientemente que o mundo é grande demais e a vida excessivamente perigosa
para quem está no comecinho e ainda não sabe nada.
Dói os vermos tropeçar e cair, se arrebentarem e continuarem
tentando e tentando e tentando...
Dói compartilhá-los com o primeiro namorado, a primeira
transa e todos os corações partidos no decorrer da vida inteira.
Dói vê-los mudar de cidade para cursar aquela faculdade
ambicionada;
Dói vê-los se casarem, irem embora de casa definitivamente
para que a vida providencie que se tornem adultos;
Dói enxergarmos seus erros tolos com seus cônjuges, filhos,
patrões;
Dói não sermos acatados em nossos conselhos preciosos;
Dói percebermos que mesmo quando eles se julgam adultos
ainda não passam de crianças inexperientes que só fazem besteiras no
cotidiano: não têm ideia de como lidar com a vida, marido, esposa, filhos,
profissão, espiritualidade...
Dói quando ficam desempregados, quando parem, adoecem...
Dói percebermos o pavor nos olhos deles quando envelhecemos
e estamos prestes a completar a nossa missão na Terra;
Dói sabermos que sofrerão com a nossa morte e que, mesmo
involuntariamente, lhes causaremos essa dor.
A paternidade e maternidade é a expressão máxima do amor de
Deus, é incondicional, intransponível e incomparável. É na condição de pais que
desfrutados do coração de Deus; é nessa condição que Deus compartilha do seu
Amor conosco.
A única maneira de sentirmos o coração de Deus batendo
dentro do nosso peito é aceitando e nos rendendo ao Amor Incondicional que
sentimos por nossos filhos.
É nesse sentimento que Deus se apresenta exatamente como É!
Cláudio Nunes Horácio
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