domingo, 10 de agosto de 2025

FELIZ DIA DOS PAIS

DESCONHEÇO O AUTOR:

E se o amor que você ofereceu aos seus filhos, com todas as forças e sacrifícios nunca tivesse sido suficiente para despertar neles o que você esperava? Freud diria que não é apenas ingratidão, é o peso silencioso de um contrato emocional que nunca foi assinado. A paz que confundem dedicação com garantia, como se cada noite, sem dormir fosse um cheque depositado no banco da afeição futura. Mas na psiquê, o que se dá e o que se recebe raramente caminham lado a lado. 

E quando o retorno não vem, o vazio grita mais alto que qualquer lembrança feliz. A romantização da família sempre encobriu uma verdade incômoda. Filhos não nascem para retribuir, nascem para se afastar. E é nessa distância, tão inevitável quanto a passagem do tempo, que muitos pais percebem que esperaram algo que talvez nunca chegue. Freud lembraria que, no fundo, todo o amor parental guarda uma sombra de egoísmo, a esperança de que o outro nos complete. Quando essa ilusão cai, não é apenas tristeza, é quase uma traição sentida no corpo. Mas aqui está o ponto que ninguém admite em voz alta. Esperar reconhecimento pode ser a prisão mais cruel que um pai ou uma mãe constroem para si mesmos. Porque cada gesto não correspondido, cada silêncio frio alimenta um ciclo de dor que se retroalimenta. Freud chamaria isso de repetição neurótica, um padrão que se repete até que a consciência finalmente tem a coragem de quebrá-lo. E enquanto isso não acontece, a mente se perde entre justificar e culpar, sem perceber que ambas as opções drenam a mesma energia vital. Agora, imagine caminhar pelo resto da vida. carregando um amor que não encontra espelho, um amor que se dissolve no ar, como cartas nunca enviadas. Freud não diria para você amar menos, diria para amar de forma diferente, sem a âncora da expectativa. Mas para entender isso, é preciso atravessar um território perigoso, o de olhar para a sua própria história sem os filtros da esperança. É exatamente esse caminho que vamos percorrer agora. 

E cada segundo que você ficar aqui pode ser a diferença entre repetir o mesmo roteiro ou finalmente escrever um novo. A pior solidão não é estar sozinho, mas sentir-se invisível dentro da própria casa. Freud, se estivesse sentado diante de você agora, diria que essa invisibilidade não nasce no silêncio de hoje, mas na
expectativa acumulada ao longo de anos. Cada prato colocado na mesa, cada madrugada de preocupação, cada vai ficar tudo bem dito com a voz embargada, construiu dentro de você uma crença silenciosa. Um dia eles vão entender, um dia eles vão retribuir. Só que a psiquê não obedece aos contratos do coração e é aí que a dor começa na apodrecer por dentro. Há uma violência invisível em perceber que aquele filho, por quem você atravessou noites de febre e dias de fome para que ele tivesse o que comer. Agora olha para você como se o seu cansaço fosse uma obrigação e não um sacrifício. Freud chamaria isso de o retorno da pulsão em direção ao nada, quando o afeto não encontra objeto e retorna ao sujeito corroendo-o. Esse vazio é traiçoeiro, porque ele não sangra na pele, mas na lembrança.

A mente tenta negociar, eles estão ocupados. Eles vão amadurecer, eles ainda vão perceber o valor do que receberam. Mas cada justificativa é uma anestesia que perde efeito rápido. O silêncio do telefone, a visita apressada, o olhar impaciente quando você tenta contar algo, tudo vai construindo a sensação de que o seu amor é uma moeda que perdeu valor no mercado afetivo da própria família. Freud diria que essa é a prova de que amar é sempre um risco de se perder. E então, o que fazer quando a pessoa que mais deveria querer ouvir sua voz já não escuta sequer a sua presença? Freud provocaria: "Desista de esperar a reciprocidade como se fosse direito seu. Liberte-se dessa dívida imaginária." Mas ele também alertaria que romper essa expectativa exige atravessar um território perigoso, o de olhar para si e perceber o quanto desse amor também foi uma tentativa inconsciente de curar as próprias feridas de abandono. 

O mais cruel é que quando o reconhecimento não vem, a mente começa a reescrever a história. Será que eu errei como pai, como mãe? Será que eu fui duro demais ou generoso demais? E assim cada lembrança vira tribunal. Freud olharia para você com calma e diria: "A sentença nunca estará nos fatos, mas na forma como você os interpreta. E essa interpretação pode ser mudada se você tiver coragem de enxergar sem esperar nada em troca. O que ninguém ousa dizer é que a família pode se tornar o mais refinado laboratório da frustração. Freud, se voltasse à vida para observar os almoços silenciosos e as mensagens não respondidas, diria que ali não estão apenas pessoas, mas representações inconscientes de amores antigos, de pais ausentes, de feridas herdadas que agora se repetem sob novos nomes. Você olha para o rosto do seu filho adulto e por trás dele vê todos os momentos em que acreditou que o amor o salvaria. E talvez por isso doa tanto, porque cada recusa, cada indiferença é mais do que uma atitude, é um eco de todos os abandonos que já existiram em sua história. A decepção não é só dele com você, nem sua com ele.

É uma dança antiga, invisível, que começou muito antes de vocês dois existirem. A mente, nesse cenário, se comporta como um prisioneiro que tenta reorganizar os móveis da cela para sentir-se livre. Você tenta lembrar de momentos bons, de sorrisos antigos, de pequenas provas de afeto. Mas Freud alertaria: "Essas lembranças, quando alimentadas apenas para manter viva a ilusão, se tornam opiácios emocionais. Você os consome para não enfrentar a abstinência da verdade, de que talvez o que você esperava nunca vai acontecer. E pior, que essa expectativa tem um custo. Cada dia esperando um gesto que não vem, é um dia em que você não vive o que está ao seu alcance. É como manter os olhos grudados numa porta que não se abre, enquanto janelas ao redor continuam ignoradas. É cruel reconhecer isso, mas é libertador. Ninguém deve amor só porque você o ofereceu. Freud lembraria que o amor parental não é um contrato de reciprocidade, mas uma força que se presa à obrigação de retorno apodrece. E essa podridão é silenciosa. Ela começa como pequenas mágoas que você engole para não criar conflito, mas com o tempo elas se acumulam, fermentam e transbordam em formas que nem você reconhece. Irritações desproporcionais, cansaços que não passam, uma tristeza que não sabe de onde vem. A verdade é que no fundo você sabe exatamente de onde vem, mas encarar isso é o que mais assusta. E então chega um momento inevitável, a hora em que você se pergunta se realmente conhece a pessoa que criou. Freud diria que muitas vezes os filhos são menos nossos do que imaginamos. São indivíduos que carregam apenas fragmentos de nós e esses fragmentos não garantem conexão. Quando se reconhece isso, a dor se mistura com um estranho alívio, como se o peso de manter viva uma ilusão começasse a se soltar dos ombros.

Só que junto com o alívio vem o medo. Quem você será sem essa expectativa? O que preencherá o espaço antes ocupado por ela? E talvez essa seja a pergunta mais perigosa de todas. Por que ela não busca resposta no outro, mas em você? Freud provocaria: "Abandone o papel de credor afetivo e descubra o que há em você quando o silêncio se torna permanente. Essa jornada é um deserto, mas é no deserto que o olhar se torna mais nítido e talvez seja nesse vazio que você finalmente encontre algo que passou a vida inteira procurando nos outros. A liberdade de amar sem precisar ser amado de volta. Existe um instante quase imperceptível em que o coração entende o que a mente tentou negar por anos. O retorno que você esperava nunca virá. Freud, se pudesse sentar ao seu lado nesse momento, diria que essa é a verdadeira orfandade dos pais. Não a perda física, mas a morte simbólica de uma ideia. 

A ideia de que o amor que você ofereceu, com tanta devoção, criaria um elo inquebrável. Só que esse elo, na realidade era tercido mais pelas suas necessidades do que pelas deles. E quando você percebe isso, algo se rompe de forma irreversível. Não é raiva pura, não é tristeza isolada, é uma mistura de luto e libertação, como se você finalmente retirasse as mãos de uma corda que estava queimando sua pele há anos. A mente, porém, não aceita essa ruptura de forma pacífica. Ela insiste em revisitar cenas, diálogos, gestos antigos, como se pudesse encontrar nelas um código secreto que explicasse tudo. É o que Freud chamaria de compulsão à repetição, o impulso inconsciente de reviver o trauma na esperança de controlá-lo desta vez. Mas cada repetição só reabre a ferida, alimentando o mesmo ciclo que você deseja quebrar. Você se pega reescrevendo mensagens que não envia, ensaiando conversas que nunca acontecem, imaginando encontros que talvez jamais existam. 

E enquanto a vida real passa diante dos seus olhos, sua energia é sugada por um teatro interno que só você assiste. Nesse ponto, é comum surgir um pensamento perigoso. Se eu tivesse sido diferente, talvez eles me amassem como eu esperava. Freud seria implacável ao dizer que essa é uma armadilha psíquica, porque coloca sobre você a responsabilidade total por uma dinâmica que é, na verdade, construída por duas subjetividades, a sua e a deles. Filhos não são molduras onde você encaixa o seu amor para ser admirado depois. São espelhos que muitas vezes refletem partes de você que você preferia não ver. E se esse reflexo não devolve afeto, talvez seja porque o vidro está voltado para outro horizonte. 

O mais desconcertante é perceber que ao retirar a expectativa, você também perde uma parte de si. Durante anos, esperar o reconhecimento foi parte da sua identidade. Você se orgulhou de ser o alicerce, de suportar tudo por eles. Então, quem você é agora que entende que essa dívida afetiva talvez nunca seja paga? Freud responderia: "Você é alguém que pode começar a viver para si. E isso é algo que poucos pais permitem se fazer sem culpa". Mas essa resposta não é um consolo imediato. Ela é um desafio, porque implica desmontar uma vida inteira construída ao redor de outros. E aqui surge o paradoxo final. É no momento em que você solta a necessidade de ser amado por eles que o seu amor se torna mais puro. 

Não porque se torna incondicional no sentido romântico, mas porque se liberta do peso da cobrança. Freud diria que esse é o estágio mais maduro do afeto. Aquele que reconhece o outro como um ser autônomo, que pode ou não escolher amar de volta. E ainda assim você continua inteiro. Mas para chegar lá é preciso atravessar a tempestade interna, resistir à vontade de voltar para o porto seguro da ilusão e aceitar que a liberdade muitas vezes é um presente embrulhado em dor. Há um tipo de silêncio que não é apenas a ausência de palavras, mas a presença esmagadora de tudo o que não foi dito. Freud, se estivesse aqui agora, caminharia lentamente por esse silêncio, como quem atravessa um campo minado, apontando para cada lugar onde você depositou suas esperanças e dizendo: "Aqui você acreditou que o amor seria suficiente. Ali você jurou que o sacrifício garanti a gratidão e ali você fechou os olhos para não ver que nada disso era uma promessa." 

E então, quando a realidade finalmente se impõe, não é apenas a relação com seu filho que se desfaz, é a estrutura invisível que sustentava a sua visão de si mesmo como pai ou mãe. O colapso dessa estrutura é tão profundo que parece abalar o próprio chão da sua identidade. Nesse abalo, a psique busca desesperadamente restaurar a ordem. Você passa noites criando diálogos imaginários, argumentações perfeitas, cartas que nunca enviará. É como se houvesse dentro de você um tribunal que exige uma audiência final, onde todas as provas do seu amor seriam apresentadas e, finalmente, reconhecidas. Mas Freud diria que esse tribunal é uma ilusão cruel. O juiz e o réu são a mesma pessoa e a sentença já está escrita. O que você busca não é justiça, mas um sentido para o que parece insuportavelmente sem sentido. E enquanto procura por ele, você adia o único movimento capaz de interromper o ciclo. Aceitar que não haverá veredito, que a história talvez termine sem reconciliação. Essa aceitação, no entanto, não é uma rendição fria.

Ela é mais parecida com um ritual de luto. sem terra não apenas o que esperava deles, mas a versão de si que viveu presa a essa expectativa. Freud chamaria isso de morte simbólica. E como toda a morte, ela exige atravessar um corredor estreito, onde a dor parece maior que a própria vida. Nesse corredor, a tentação de voltar para a ilusão é enorme, porque lá, mesmo que fosse mentira, havia esperança. Mas aqui, na realidade nua, há apenas o peso do presente e a incerteza do que vem depois. E é exatamente nesse ponto de vulnerabilidade que algo começa a mudar. Ao perceber que não há nada mais a perder, você começa a experimentar uma estranha sensação de leveza. É como soltar um objeto pesado que carregou por tanto tempo que seus braços já não sabiam como se sentir sem ele. Freud olharia nos seus olhos e diria: "Aqui começa o espaço onde você pode se reconstruir".

Mas ele também advertiria que essa reconstrução não se fará no campo onde você buscou o reconhecimento. Será preciso erguer novos alicerces em terrenos que não dependam do afeto alheio. O que surge então é um tipo diferente de amor. Não o amor infantil que espera retorno, nem o amor cego que se sacrifica até o esgotamento, mas o amor lúcido que reconhece que cada ser humano é livre para não nos amar. Esse amor não implora, não negocia, não se humilha. Ele se oferece como um rio que segue seu curso, mesmo que ninguém beba de suas águas. Freud chamaria isso de instinto sublimado, transformar a energia antes presa à espera em algo criativo que alimenta a si mesmo. E quando isso acontece, o silêncio deixa de ser ausência e se torna espaço. Um espaço onde pela primeira vez você pode ouvir a sua própria voz sem que ela esteja pedindo para ser ouvida por mais ninguém. Quando a espera morre, algo em você também morre. Mas outra coisa silenciosa e estranha começa a nascer. 

Freud diria que é nesse espaço de luto que se abre a primeira brecha para a verdadeira liberdade emocional. Até aqui, sua vida foi guiada por um fio invisível que ligava cada gesto seu à esperança de reconhecimento. Agora, com o fio rompido, seus movimentos parecem incertos, quase sem sentido. Mas é justamente nesse caos inicial que surge a possibilidade de viver sem o roteiro pré-escrito pela necessidade de ser amado. É como atravessar uma ponte que desaba atrás de você. Não há volta e a única direção é para a frente, mesmo que o caminho ainda esteja encoberto pela neblina. A primeira descoberta quase sempre é o peso que você carregava sem perceber. 

Cada mensagem ignorada, cada ausência, cada frieza era como um tijolo invisível colocado nas suas costas. Você andou assim durante anos, curvado, acreditando que suportar fazia parte da sua missão. Freud olharia para essa postura e diria que inconscientemente você se agarrou à dor como forma de manter vivo o vínculo, porque no fundo até o sofrimento pode parecer mais seguro que o vazio. E quando esse fardo finalmente cai, você percebe que seu corpo respira de outro jeito. Não é felicidade ainda. É apenas um alívio bruto, quase físico, como abrir uma janela num quarto que esteve fechado por décadas. A mente, porém, não se rende tão rápido. Ela tenta puxar você de volta para o conhecido, sussurrando. E se um dia eles mudarem? E se amanhã ele ligar, pedir desculpas e tudo voltar a ser como antes, Freud seria implacável ao responder. Voltar a ser como antes não é um presente, é uma recaída. Porque a reconciliação verdadeira não pode acontecer com a mesma estrutura emocional que criou a ferida. É preciso que você chegue inteiro ao encontro e não carregando a velha fome afetiva que transforma qualquer gesto mínimo deles em banquete ilusório. Nesse processo, algo importante começa a se revelar. 

sua vida fora do papel de pai ou mãe. Quantos sonhos você adiou? Quantas partes de si você deixou definhar para manter o farol aceso para que eles encontrassem o caminho de volta? Freud chamaria isso de anulação de si em função do outro. Um mecanismo que parece nobre, mas que é mortal para a própria alma. Reconstruir-se exige recolher esses pedaços esquecidos, soprar a poeira e olhar para eles como se fossem a herança mais preciosa que você pode deixar para si mesmo. E é aí que o amor começa a mudar de forma. Ele deixa de ser uma cobrança silenciosa e passa a ser uma escolha consciente. Você ainda pode cuidar, ainda pode oferecer, mas agora sem o veneno da expectativa escondido nas entrelinhas. Freud diria que essa é a única forma de transformar o amor em algo realmente seu, quando ele não depende da resposta do outro para existir. E nesse momento, pela primeira vez em muito tempo, você percebe que a sua vida não cabe mais dentro do olhar deles e que isso não é uma perda, mas o início da sua verdadeira história. 

Chega um momento em que o silêncio deles já não corta, apenas ecoa. Não porque a dor tenha desaparecido, mas porque ela deixou de ser o centro da sua existência. Freud diria que esse é o ponto mais perigoso e mais promissor da jornada. Perigoso porque o vazio pode tentar se disfaçar de indiferença. E promissor porque é nele que a sua autonomia começa a ganhar raízes profundas. Aqui você já não corre para atender ao menor sinal, já não se contorce para provar que é digno de amor, já não mede o próprio valor pela régua do reconhecimento. É como se, pela primeira vez, você olhasse para ele sem a lente da carência e nesse olhar limpo enxergasse o que sempre esteve ali. Pessoas com seus próprios desejos, limitações e ausências. Mas essa visão clara não vem sem risco. Ao soltar as amarras, você também se afasta de um papel que, por mais doloroso que fosse, dava sentido à sua rotina. 

É nesse ponto que muitos pais e mães sentem o impulso de criar situações para reaproximar, mesmo que inconscientemente. Uma doença exagerada, uma ajuda financeira necessária, um problema inventado, qualquer coisa que obrigue o outro a voltar, nem que seja por obrigação. Freud alertaria que esse é o último truque da mente para manter vivo um vínculo desgastado, transformar-se em refém para manter o outro como carcereiro. Mas ao perceber esse jogo, você pode escolher não jogá-lo e então algo inesperado começa a acontecer. Sem o peso da expectativa, cada gesto que vem deles deixa de ser uma dívida paga e passa a ser um presente. Uma visita, um abraço, até uma mensagem breve ganham outro sabor, porque não são mais obrigação. Freud chamaria isso de recuperar a inocência do afeto, ver o gesto pelo que ele é e não pelo que você desejaria que ele representasse. É um estado raro, quase impossível de alcançar quando se está preso à carência. E ironicamente, é justamente quando você para de exigir amor que o amor tem mais chances de aparecer. Mas não se engane, isso não é um final feliz no sentido tradicional. 

É apenas o início de uma nova narrativa, onde o seu valor não depende de onde você está no mapa afetivo dos outros. Aqui a vida começa a ser medida não pela quantidade de retorno que você recebe, mas pela intensidade e autenticidade do que você é capaz de viver por si. Freud diria que essa é a verdadeira maturidade emocional. Amar sem possuir, doar sem esperar, viver sem se submeter ao julgamento dos vínculos familiares. E enquanto você caminha nesse território desconhecido, percebe que não se trata de esquecer, nem de se afastar por completo, mas de mudar o eixo da sua própria gravidade. O centro da sua vida já não está mais no comportamento deles, mas no pulsar silencioso da sua própria existência. E é nesse momento que a pergunta muda. Deixa de ser: "Por que eles não me dão o que eu preciso e se torna o que eu posso criar a partir do que eu sou?" A resposta, como Freud sussurraria, não está em esperar nada, mas em aprender a construir tudo a partir de dentro. Há despedidas que não se anunciam, apenas acontecem. E quando percebemos, já estamos vivendo longe daquilo que um dia ocupou todo o nosso horizonte. 

Freud diria que nesse instante não é a relação com os outros que se transforma, mas a relação que você mantém consigo mesmo. As correntes invisíveis que prendiam sua vida ao julgamento e ao afeto negado se afrouxam e você descobre que o silêncio deles não é mais sentença, mas cenário. E nesse cenário você começa a enxergar cores que antes estavam escondidas atrás da cortina
da expectativa. Tudo o que foi dito até aqui não é para que você ame menos, mas para que ame de forma mais livre. E essa liberdade, como Freud lembraria, não é dada por ninguém, mas conquistada no território íntimo, onde ninguém mais pode entrar. O amor que não cobra se torna como a água de um rio, flui por si só, sem mendigar quem o beba. E quando você percebe isso, a ausência de retorno deixa de ser ferida aberta e passa a ser cicatriz, não como marca de derrota, mas como prova de que você sobreviveu a algo que parecia impossível. Talvez daqui a muitos dias, em um momento comum, você se lembre de uma frase ou de um silêncio deste encontro e perceba que ele ainda pulsa dentro de você, porque certas verdades não se encerram quando são ditas. 

Elas começam e é essa semente que agora carrega em si o poder de mudar a forma como você olha para os outros, mas principalmente para si. Freud sussurraria que a verdadeira transformação acontece quando paramos de esperar o retorno do que já foi dado e passamos a criar o que nunca nos foi oferecido. Se essa jornada tocou algo que você reconhece, não deixe que ela termine aqui. Curta este vídeo, comente a parte que mais falou ao seu coração, compartilhe com quem precisa ouvir o que você ouviu e inscreva-se para continuar essa caminhada silenciosa, porém poderosa, de entendimento e libertação. Porque ao fazer isso, você não apenas se conecta a outras histórias, você se torna parte de um movimento que transforma a dor em consciência e a consciência em força.
expectativa acumulada ao longo de anos. 

Cada prato colocado na mesa, cada madrugada de preocupação, cada vai ficar tudo bem dito com a voz embargada, construiu dentro de você uma crença silenciosa. Um dia eles vão entender, um dia eles vão retribuir. Só que a psiquê não obedece aos contratos do coração e é aí que a dor começa na apodrecer por dentro. Há uma violência invisível em perceber que aquele filho, por quem você atravessou noites de febre e dias de fome para que ele tivesse o que comer. Agora olha para você como se o seu cansaço fosse uma obrigação e não um sacrifício. Freud chamaria isso de o retorno da pulsão em direção ao nada, quando o afeto não encontra objeto e retorna ao sujeito corroendo-o. Esse vazio é traiçoeiro, porque ele não sangra na pele, mas na lembrança. 

A mente tenta negociar, eles estão ocupados. Eles vão amadurecer, eles ainda vão perceber o valor do que receberam. Mas cada justificativa é uma anestesia que perde efeito rápido. O silêncio do telefone, a visita apressada, o olhar impaciente quando você tenta contar algo, tudo vai construindo a sensação de que o seu amor é uma moeda que perdeu valor no mercado afetivo da própria família. Freud diria que essa é a prova de que amar é sempre um risco de se perder. E então, o que fazer quando a pessoa que mais deveria querer ouvir sua voz já não escuta sequer a sua presença? Freud provocaria: "Desista de esperar a reciprocidade como se fosse direito seu. Liberte-se dessa dívida imaginária." Mas ele também alertaria que romper essa expectativa exige atravessar um território perigoso, o de olhar para si e perceber o quanto desse amor também foi uma tentativa inconsciente de curar as próprias feridas de abandono. 

O mais cruel é que quando o reconhecimento não vem, a mente começa a reescrever a história. Será que eu errei como pai, como mãe? Será que eu fui duro demais ou generoso demais? E assim cada lembrança vira tribunal. Freud olharia para você com calma e diria: "A sentença nunca estará nos fatos, mas na forma como você os interpreta. E essa interpretação pode ser mudada se você tiver coragem de enxergar sem esperar nada em troca. O que ninguém ousa dizer é que a família pode se tornar o mais refinado laboratório da frustração. Freud, se voltasse à vida para observar os almoços silenciosos e as mensagens não respondidas, diria que ali não estão apenas pessoas, mas representações inconscientes de amores antigos, de pais ausentes, de feridas herdadas que agora se repetem sob novos nomes. Você olha para o rosto do seu filho adulto e por trás dele vê todos os momentos em que acreditou que o amor o salvaria. E talvez por isso doa tanto, porque cada recusa, cada indiferença é mais do que uma atitude, é um eco de todos os abandonos que já existiram em sua história. A decepção não é só dele com você, nem sua com ele.

É uma dança antiga, invisível, que começou muito antes de vocês dois existirem. A mente, nesse cenário, se comporta como um prisioneiro que tenta reorganizar os móveis da cela para sentir-se livre. Você tenta lembrar de momentos bons, de sorrisos antigos, de pequenas provas de afeto. Mas Freud alertaria: "Essas lembranças, quando alimentadas apenas para manter viva a ilusão, se tornam opiácios emocionais. Você os consome para não enfrentar a abstinência da verdade, de que talvez o que você esperava nunca vai acontecer. E pior, que essa expectativa tem um custo. Cada dia esperando um gesto que não vem, é um dia em que você não vive o que está ao seu alcance. 

É como manter os olhos grudados numa porta que não se abre, enquanto janelas ao redor continuam ignoradas. É cruel reconhecer isso, mas é libertador. Ninguém deve amor só porque você o ofereceu. Freud lembraria que o amor parental não é um contrato de reciprocidade, mas uma força que se presa à obrigação de retorno apodrece. E essa podridão é silenciosa. Ela começa como pequenas mágoas que você engole para não criar conflito, mas com o tempo elas se acumulam, fermentam e transbordam em formas que nem você reconhece. Irritações desproporcionais, cansaços que não passam, uma tristeza que não sabe de onde vem. A verdade é que no fundo você sabe exatamente de onde vem, mas encarar isso é o que mais assusta. E então chega um momento inevitável, a hora em que você se pergunta se realmente conhece a pessoa que criou. Freud diria que muitas vezes os filhos são menos nossos do que imaginamos. São indivíduos que carregam apenas fragmentos de nós e esses fragmentos não garantem conexão. Quando se reconhece isso, a dor se mistura com um estranho alívio, como se o peso de manter viva uma ilusão começasse a se soltar dos ombros. Só que junto com o alívio vem o medo. Quem você será sem essa expectativa? 

O que preencherá o espaço antes ocupado por ela? E talvez essa seja a pergunta mais perigosa de todas. Por que ela não busca resposta no outro, mas em você? Freud provocaria: "Abandone o papel de credor afetivo e descubra o que há em você quando o silêncio se torna permanente. Essa jornada é um deserto, mas é no deserto que o olhar se torna mais nítido e talvez seja nesse vazio que você finalmente encontre algo que passou a vida inteira procurando nos outros. A liberdade de amar sem precisar ser amado de volta. Existe um instante quase imperceptível em que o coração entende o que a mente tentou negar por anos. O retorno que você esperava nunca virá. Freud, se pudesse sentar ao seu lado nesse momento, diria que essa é a verdadeira orfandade dos pais. Não a perda física, mas a morte simbólica de uma ideia. A ideia de que o amor que você ofereceu, com tanta devoção, criaria um elo inquebrável. Só que esse elo, na realidade era tercido mais pelas suas necessidades do que pelas deles. 

E quando você percebe isso, algo se rompe de forma irreversível. Não é raiva pura, não é tristeza isolada, é uma mistura de luto e libertação, como se você finalmente retirasse as mãos de uma corda que estava queimando sua pele há anos. A mente, porém, não aceita essa ruptura de forma pacífica. Ela insiste em revisitar cenas, diálogos, gestos antigos, como se pudesse encontrar nelas um código secreto que explicasse tudo. É o que Freud chamaria de compulsão à repetição, o impulso inconsciente de reviver o trauma na esperança de controlá-lo desta vez. Mas cada repetição só reabre a ferida, alimentando o mesmo ciclo que você deseja quebrar. Você se pega reescrevendo mensagens que não envia, ensaiando conversas que nunca acontecem, imaginando encontros que talvez jamais existam. E enquanto a vida real passa diante dos seus olhos, sua energia é sugada por um teatro interno que só você assiste. Nesse ponto, é comum surgir um pensamento perigoso. Se eu tivesse sido diferente, talvez eles me amassem como eu esperava. Freud seria implacável ao dizer que essa é uma armadilha psíquica, porque coloca sobre você a responsabilidade total por uma dinâmica que é, na verdade, construída por duas subjetividades, a sua e a deles. Filhos não são molduras onde você encaixa o seu amor para ser admirado depois. São espelhos que muitas vezes refletem partes de você que você preferia não ver. E se esse reflexo não devolve afeto, talvez seja porque o vidro está voltado para outro horizonte. O mais desconcertante é perceber que ao retirar a expectativa, você também perde uma parte de si. Durante anos, esperar o reconhecimento foi parte da sua identidade. Você se orgulhou de ser o alicerce, de suportar tudo por eles. Então, quem você é agora que entende que essa dívida afetiva talvez nunca seja paga? Freud responderia: "Você é alguém que pode começar a viver para si. E isso é algo que poucos pais permitem se fazer sem culpa". Mas essa resposta não é um consolo imediato. Ela é um desafio, porque implica desmontar uma vida inteira construída ao redor de outros. 

E aqui surge o paradoxo final. É no momento em que você solta a necessidade de ser amado por eles que o seu amor se torna mais puro. Não porque se torna incondicional no sentido romântico, mas porque se liberta do peso da cobrança. Freud diria que esse é o estágio mais maduro do afeto. Aquele que reconhece o outro como um ser autônomo, que pode ou não escolher amar de volta. E ainda assim você continua inteiro. Mas para chegar lá é preciso atravessar a tempestade interna, resistir à vontade de voltar para o porto seguro da ilusão e aceitar que a liberdade muitas vezes é um presente embrulhado em dor. Há um tipo de silêncio que não é apenas a ausência de palavras, mas a presença esmagadora de tudo o que não foi dito. Freud, se estivesse aqui agora, caminharia lentamente por esse silêncio, como quem atravessa um campo minado, apontando para cada lugar onde você depositou suas esperanças e dizendo: "Aqui você acreditou que o amor seria suficiente. Ali você jurou que o sacrifício garanti a gratidão e ali você fechou os olhos para não ver que nada disso era uma promessa." E então, quando a realidade finalmente se impõe, não é apenas a relação com seu filho que se desfaz, é a estrutura invisível que sustentava a sua visão de si mesmo como pai ou mãe. O colapso dessa estrutura é tão profundo que parece abalar o próprio chão da sua identidade. Nesse abalo, a psique busca desesperadamente restaurar a ordem. Você passa noites criando diálogos imaginários, argumentações perfeitas, cartas que nunca enviará. É como se houvesse dentro de você um tribunal que exige uma audiência final, onde todas as provas do seu amor seriam apresentadas e, finalmente, reconhecidas. Mas Freud diria que esse tribunal é uma ilusão cruel. O juiz e o réu são a mesma pessoa e a sentença já está escrita. 

O que você busca não é justiça, mas um sentido para o que parece insuportavelmente sem sentido. E enquanto procura por ele, você adia o único movimento capaz de interromper o ciclo. Aceitar que não haverá veredito, que a história talvez termine sem reconciliação. Essa aceitação, no entanto, não é uma rendição fria. Ela é mais parecida com um ritual de luto. sem terra não apenas o que esperava deles, mas a versão de si que viveu presa a essa expectativa. Freud chamaria isso de morte simbólica. E como toda a morte, ela exige atravessar um corredor estreito, onde a dor parece maior que a própria vida. Nesse corredor, a tentação de voltar para a ilusão é enorme, porque lá, mesmo que fosse mentira, havia esperança. Mas aqui, na realidade nua, há apenas o peso do presente e a incerteza do que vem depois. E é exatamente nesse ponto de vulnerabilidade que algo começa a mudar. Ao perceber que não há nada mais a perder, você começa a experimentar uma estranha sensação de leveza. É como soltar um objeto pesado que carregou por tanto tempo que seus braços já não sabiam como se sentir sem ele. Freud olharia nos seus olhos e diria: "Aqui começa o espaço onde você pode se reconstruir". Mas ele também advertiria que essa reconstrução não se fará no campo onde você buscou o reconhecimento. Será preciso erguer novos alicerces em terrenos que não dependam do afeto alheio.

O que surge então é um tipo diferente de amor. Não o amor infantil que espera retorno, nem o amor cego que se sacrifica até o esgotamento, mas o amor lúcido que reconhece que cada ser humano é livre para não nos amar. Esse amor não implora, não negocia, não se humilha. Ele se oferece como um rio que segue seu curso, mesmo que ninguém beba de suas águas. Freud chamaria isso de instinto
sublimado, transformar a energia antes presa à espera em algo criativo que alimenta a si mesmo. E quando isso acontece, o silêncio deixa de ser ausência e se torna espaço. Um espaço onde pela primeira vez você pode ouvir a sua própria voz sem que ela esteja pedindo para ser ouvida por mais ninguém. Quando a espera morre, algo em você também morre. Mas outra coisa silenciosa e estranha começa a nascer. Freud diria que é nesse espaço de luto que se abre a primeira brecha para a verdadeira liberdade emocional. Até aqui, sua vida foi guiada por um fio invisível que ligava cada gesto seu à esperança de reconhecimento. Agora, com o fio rompido, seus movimentos parecem incertos, quase sem sentido. Mas é justamente nesse caos inicial que surge a possibilidade de viver sem o roteiro pré-escrito pela necessidade de ser amado. É como atravessar uma ponte que desaba atrás de você. 

Não há volta e a única direção é para a frente, mesmo que o caminho ainda esteja encoberto pela neblina. A primeira descoberta quase sempre é o peso que você carregava sem perceber. Cada mensagem ignorada, cada ausência, cada frieza era como um tijolo invisível colocado nas suas costas. Você andou assim durante anos, curvado, acreditando que suportar fazia parte da sua missão. Freud olharia para essa postura e diria que inconscientemente você se agarrou à dor como forma de manter vivo o vínculo, porque no fundo até o sofrimento pode parecer mais seguro que o vazio. E quando esse fardo finalmente cai, você percebe que seu corpo respira de outro jeito. Não é felicidade ainda. É apenas um alívio bruto, quase físico, como abrir uma janela num quarto que esteve fechado por décadas. A mente, porém, não se rende tão rápido. Ela tenta puxar você de volta para o conhecido, sussurrando. E se um dia eles mudarem? E se amanhã ele ligar, pedir desculpas e tudo voltar a ser como antes, Freud seria implacável ao responder. Voltar a ser como antes não é um presente, é uma recaída. Porque a reconciliação verdadeira não pode acontecer com a mesma estrutura emocional que criou a ferida. É preciso que você chegue inteiro ao encontro e não carregando a velha fome afetiva que transforma qualquer gesto mínimo deles em banquete ilusório. Nesse processo, algo importante começa a se revelar. 

A sua vida fora do papel de pai ou mãe. Quantos sonhos você adiou? Quantas partes de si você deixou definhar para manter o farol aceso para que eles encontrassem o caminho de volta? Freud chamaria isso de anulação de si em função do outro. Um mecanismo que parece nobre, mas que é mortal para a própria alma. Reconstruir-se exige recolher esses pedaços esquecidos, soprar a poeira e olhar para eles como se fossem a herança mais preciosa que você pode deixar para si mesmo. E é aí que o amor começa a mudar de forma. Ele deixa de ser uma cobrança silenciosa e passa a ser uma escolha consciente. Você ainda pode cuidar, ainda pode oferecer, mas agora sem o veneno da expectativa escondido nas entrelinhas. Freud diria que essa é a única forma de transformar o amor em algo realmente seu, quando ele não depende da resposta do outro para existir. E nesse momento, pela primeira vez em muito tempo, você percebe que a sua vida não cabe mais dentro do olhar deles e que isso não é uma perda, mas o início da sua verdadeira história. Chega um momento em que o silêncio deles já não corta, apenas ecoa. Não porque a dor tenha desaparecido, mas porque ela deixou de ser o centro da sua existência. 

Freud diria que esse é o ponto mais perigoso e mais promissor da jornada. Perigoso porque o vazio pode tentar se disfaçar de indiferença. E promissor porque é nele que a sua autonomia começa a ganhar raízes profundas. Aqui você já não corre para atender ao menor sinal, já não se contorce para provar que é digno de amor, já não mede o próprio valor pela régua do reconhecimento. É como se, pela primeira vez, você olhasse para ele sem a lente da carência e nesse olhar limpo enxergasse o que sempre esteve ali. Pessoas com seus próprios desejos, limitações e ausências. Mas essa visão clara não vem sem risco. Ao soltar as amarras, você também se afasta de um papel que, por mais doloroso que fosse, dava sentido à sua rotina. É nesse ponto que muitos pais e mães sentem o impulso de criar situações para reaproximar, mesmo que inconscientemente. Uma doença exagerada, uma ajuda financeira necessária, um problema inventado, qualquer coisa que obrigue o outro a voltar, nem que seja por obrigação. Freud alertaria que esse é o último truque da mente para manter vivo um vínculo desgastado, transformar-se em refém para manter o outro como carcereiro. Mas ao perceber esse jogo, você pode escolher não jogá-lo e então algo inesperado começa a acontecer. 

Sem o peso da expectativa, cada gesto que vem deles deixa de ser uma dívida paga e passa a ser um presente. Uma visita, um abraço, até uma mensagem breve ganham outro sabor, porque não são mais obrigação. Freud chamaria isso de recuperar a inocência do afeto, ver o gesto pelo que ele é e não pelo que você desejaria que ele representasse. É um estado raro, quase impossível de alcançar quando se está preso à carência. E ironicamente, é justamente quando você para de exigir amor que o amor tem mais chances de aparecer. Mas não se engane, isso não é um final feliz no sentido tradicional. É apenas o início de uma nova narrativa, onde o seu valor não depende de onde você está no mapa afetivo dos outros. Aqui a vida começa a ser medida não pela quantidade de retorno que você recebe, mas pela intensidade e autenticidade do que você é capaz de viver por si. Freud diria que essa é a verdadeira maturidade emocional. Amar sem possuir, doar sem esperar, viver sem se submeter ao julgamento dos vínculos familiares. E enquanto você caminha nesse território desconhecido, percebe que não se trata de esquecer, nem de se afastar por completo, mas de mudar o eixo da sua própria gravidade. 

O centro da sua vida já não está mais no comportamento deles, mas no pulsar silencioso da sua própria existência. E é nesse momento que a pergunta muda. Deixa de ser: "Por que eles não me dão o que eu preciso e se torna o que eu posso criar a partir do que eu sou?" A resposta, como Freud sussurraria, não está em esperar nada, mas em aprender a construir tudo a partir de dentro. Há despedidas que não se anunciam, apenas acontecem. E quando percebemos, já estamos vivendo longe daquilo que um dia ocupou todo o nosso horizonte. Freud diria que nesse instante não é a relação com os outros que se transforma, mas a relação que você mantém consigo mesmo. As correntes invisíveis que prendiam sua vida ao julgamento e ao afeto negado se afrouxam e você descobre que o silêncio deles não é mais sentença, mas cenário. E nesse cenário você começa a enxergar cores que antes estavam escondidas atrás da cortina da expectativa. Tudo o que foi dito até aqui não é para que você ame menos, mas para que ame de forma mais livre. E essa liberdade, como Freud lembraria, não é dada por ninguém, mas conquistada no território íntimo, onde ninguém mais pode entrar. O amor que não cobra se torna como a água de um rio, flui por si só, sem mendigar quem o beba. E quando você percebe isso, a ausência de retorno deixa de ser ferida aberta e passa a ser cicatriz, não como marca de derrota, mas como prova de que você sobreviveu a algo que parecia impossível. Talvez daqui a muitos dias, em um momento comum, você se lembre de uma frase ou de um silêncio deste encontro e perceba que ele ainda pulsa dentro de você, porque certas verdades não se encerram quando são ditas. 

Elas começam e é essa semente que agora carrega em si o poder de mudar a forma como você olha para os outros, mas principalmente para si. Freud sussurraria que a verdadeira transformação acontece quando paramos de esperar o retorno do que já foi dado e passamos a criar o que nunca nos foi oferecido. Se essa jornada tocou algo que você reconhece, não deixe que ela termine aqui. Curta este vídeo, comente a parte que mais falou ao seu coração, compartilhe com quem precisa ouvir o que você ouviu e inscreva-se para continuar essa caminhada silenciosa, porém poderosa, de entendimento e libertação. Porque ao fazer isso, você não apenas se conecta a outras histórias, você se torna parte de um movimento que transforma a dor em consciência e a consciência em força.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

O VIGÁRIO E O PASTOR

Conta-se que um pastor de uma cidadezinha adoeceu e, por estar à beira da morte, o vigário resolveu visita-lo para lhe convencer a receber os sacramentos.


Conversaram por bastante tempo, mas o vigário não conseguiu convencê-lo.
Então, ao sair de lá, o vigário pediu ao juiz local para convencê-lo. O qual tentou, mas também foi em vão.


Novamente o vigário foi visita-lo e ao chegar o pastor estava montado em seu travesseiro, alisando-o e falou para o vigário como seu cavalo era belo e formoso.


O vigário, pensando que o pastor estava delirante, enternecido, demonstra ao pastor que aquilo é um travesseiro e não um cavalo, mas o pastor insiste que não, que não é um travesseiro, mas um cavalo.
 

À partir desse momento, o vigário começa a lhe mostrar: “veja só, isso é um travesseiro, observe que um cavalo tem patas, orelhas, pelos e o travesseiro não; veja que ele é quadrado e não tem a forma de um quadrado etc.


O pastor então diz, é verdade, alguém que eu confiava em disse que o travesseiro era um cavalo e eu acreditei, porém o senhor me mostrou a verdade. Realmente é um travesseiro.
No outro dia o vigário foi visitar-lhe novamente e passou a insistir que ele precisava participar da eucaristia, no que o pastor aceitou comungar.


O vigário saiu todo animado a buscar a hóstia, o cálice e todos os acessórios necessários para que o pastor comungasse.


Montou tudo no quarto, consagrou a hóstia e, então, o pastor lhe perguntou:
“Vigário: o que é isso?”


O vigário lhe responde: “Já lhe falei que é o corpo de Cristo”


Pastor: “Não Sr. Vigário, observe que isso é uma bolacha de farinha; um corpo tem cabeça, tronco e membros, tem cabelos, tem olhos e tem boca. Observe direitinho que verá que é só uma bolacha.”
O Vigário saiu da casa do pastor soltando fogo pelas ventas.

terça-feira, 10 de maio de 2022

QUEM SÃO OS SANTOS?

Todos os cristãos são santos na acepção bíblica da palavra (Romanos 16.2; 1 Coríntios 1.2; 6.1-2; Efésios 3.8; 5.3; Filipenses 4.21).

Consoante as Escrituras Sagradas, portanto, são santos todos os crentes, os crentes comuns, em Jesus Cristo. Encontram-se vivos nesta terra. Comem, dormem, trabalham, riem, choram como todos os homens.

Nas Escrituras encontramo-los vivendo em igrejas locais de diversas cidades e países: em Jerusalém (Atos 9.13), em Colossos (Colossenses 1.:2), em Corinto (1 Coríntios 1.2), em Roma (Romanos 1.7), em Filipos (Flipenses 1.1), em Lida (Atos 9.32), em Éfeso (Efésios 1.1), na Acaia (2 Coríntios 1.1).

Informam-me as Escrituras ser santo José, o pai adotivo de Jesus (Mateus l.19), Maria, a mãe de Jesus, é santa (Lucas 1.28) Simeão (Lucas 2.25). Moisés e Elias (Lucas 9.30). Paulo (Efésios 3.8). O arrependido malfeitor da cruz (Lucas 23.43). Os profetas são santos (2 Pedro 1.21). Santas as mulheres “que esperavam em Deus” como Sara (1 Pedro 3.5-6).

José, Maria, Simeão, Paulo são todos santos não por havê-los canonizado o “papa”. Incluíram-nos no elenco dos santos as Sagradas Escrituras. Consoante elas, o pecador ao arrepender-se e confiar evangelicamente em Jesus Cristo como seu Único Salvador recebe Vida Eterna e no mesmo instante, passando da morte para a Vida, torna-se santo, ou seja, separado da perdição e consagrado à salvação no Céu (João 5.24).

De acordo com os ensinos do Novo Testamento não se compunham eles numa classe especial de Cristãos, numa aristocracia espiritual de "condição heroica de santidade", como quer o romanismo, postos num catálogo especial para serem venerados e invocados em orações.

 ...

Com efeito, decorreram uns quatro mil anos desde Adão até João, o Apóstolo. E neste longo período em algumas ocasiões, como ao tempo de Moisés e de Cristo, prodígios espetaculares aconteceram de modo proeminente e em quantidade enorme, mas foram ocasiões raras e de curta duração;


3 - Os milagres consignados nas Escrituras jamais servem para enaltecer pessoas humanas. Todos eles engrandecem a Glória e o Poder de Deus. Em nenhuma passagem confirmam eles a santidade de algum indivíduo como se constituíssem eles em requisito indispensável da santidade de quem quer que seja, como ambiciona a teologia católica. Se fosse verdade, João, o Batista, jamais poderia ser santo porquanto "na verdade João não fez sinal algum" (João10.41);


4 - Os milagres nas Escrituras são assinalados pela simplicidade, e pela dignidade e, por confirmarem a Revelação Divina, inspiram maior fé em Deus.


Os prodígios propalados pelo clero romano, ao contrário, incitam à idolatria e à crendice. Pelo seu ridículo, outrossim, favorecessem o escárnio contra o Cristianismo por parte de muitas pessoas.

 

Livro: Anchieta: santo ou carrasco - Ex-padre Dr. Aníbal Pereira dos Reis.

 

MALDIÇÃO HEREDITÁRIA


 

Êxodo 20.4 Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.


Versus


Ezequiel 18.20 A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai, a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este.
 

O primeiro texto diz respeito ao ensino que os pais dão aos filhos e que os filhos por aprenderem continuam praticando, ou seja, se ensino a idolatria a meus filhos, eles serão idolatras. Idolatrar é prostrar-se, quando me ajoelho diante de algo ou alguém que não é Deus sou idólatra.
Quando ajoelho o meu coração diante de alguém ou algo que não é Deus, igualmente, sou idolatra. Assim, não posso ajoelhar meu coração diante dos meus filhos, pastor, religião, dinheiro, bens etc. Porque se o fizer serei idólatra.
 

O segundo texto diz respeito ao pecado moral dos pais, se meu pai foi alcoólatra, luxurioso, guloso etc, isso não chegará a mim, não serei culpado dos seus pecados.
Concluindo: se meus pais cometeram o pecado da idolatria, ao me converter estarei quebrando qualquer maldição, pois não praticarei àquilo que praticaram, logo estarei livre de qualquer culpa.
 

É isso!

sexta-feira, 1 de abril de 2022

CREIO NA RESSURREIÇÃO DO CORPO

 

A cada dia que vivo, mais convicto fico que cada um aqui na Terra recebe somente aquilo que merece.

Essas “recompensas” são tanto para o bem vivido e praticado, quanto para o mal, por isso é fundamental vivermos em harmonia com as leis de Deus. E, isso nada tem a ver com ganharmos a salvação e a vida eterna, mas quanto melhores formos, mais colheitas boas teremos.

Agirmos dentro da ética, da bondade e da verdade é o único caminho para nos livrarmos de tormentos terrenos verdadeiramente desesperadores.

Todo desvio traz desgraças e dores, sofrimentos e perdas, tormentos mentais que refletirão em nosso corpo e abalarão nossa estrutura harmônica porque somos almas viventes, ou seja, corpos materiais cujo o espírito foi soprado por Deus nos animando, nos dando vida.

Em essência somos seres espirituais que damos vida ao corpo material. Temos a essência divina que sustenta nosso corpo carnal, tão logo esse espírito o abandona, o corpo perde a vida e se decompõe.

Como Deus nos criou almas viventes, no futuro esse mesmo espírito se unirá novamente ao mesmo corpo, pois Deus o transformará e o adaptará para a realidade celestial. A isso damos o nome de ressurreição do corpo, onde o antigo corpo ganhará propriedades celestiais adaptadas ao novo ambiente que viverá.

 Cláudio